Durante as semanas dos dias 06 à 30 de abril trabalharemos os Povos Indígenas.
Povos Indígenas
Povos Indígenas
O que vamos trabalhar?
- Respeito ao outro;
- Estimular a imaginação;
- Aprofundar conhecimentos sobre a cultura indígena.
Atividades
- Vídeos
- Debates;
- Jogos online;
- Músicas;
- Brincadeiras;
- Maquiagem;
- Atividades de colorir, recortar e colar;
- Utilização de materiais recicláveis.
Onde
estão?
Você
sabia que há povos indígenas em quase todos os cantos do Brasil?Por aqui, boa parte da população indígena vive em áreas chamadas de Terras Indígenas. Existem hoje 690 Terras Indígenas no país.
Em
quase todos os estados brasileiros existem terras indígenas reconhecidas –
exceto no Piauí e no Rio Grande do Norte. Mas os índios não vivem apenas nas
terras indígenas.
Há
comunidades indígenas circulando por beiradões de rios, em cidades amazônicas e
até em algumas capitais brasileiras. Isso acontece principalmente porque, para
os povos indígenas, os espaços em que se mora, planta, caça ou caminha vão além
das fronteiras criadas pelo homem branco. E porque ninguém deixa de ser índio
por estar em uma região considerada urbana, fora das fronteiras definidas para
suas terras.
Para
os índios, o lugar em que se vive não é apenas um cenário, é um território: um
espaço totalmente conectado com um jeito tradicional de estar no mundo,
conectado com suas culturas. Por isso, cada povo tem um jeito de explicar seus
modos próprios de ocupar um território.
Quem são?
Existem mais de 240 povos indígenas no Brasil.São mais de 800 mil pessoas, falando mais de 150 línguas indígenas!
Apesar de existir uma grande diversidade de culturas e línguas entre os povos indígenas no Brasil, à época da chegada dos colonizadores essa diversidade era muito maior.
Vários estudos indicam que no século XVI havia entre 2 e 4 milhões de índios, que pertenciam a mais de mil povos e falavam mais de mil línguas diferentes!
Durante milhares de anos, os povos que viviam no continente americano conviveram, compartilharam experiências e ideias, e estabeleceram relações de troca, criando um conjunto de características comuns.
Esse conjunto de características permite chamar de ameríndios a todos os índios das Américas do Norte, Central e do Sul. Eles são os povos originários das Américas e até hoje se relacionam e compartilham conhecimentos.
Uma outra característica que marca a história comum desses povos é a experiência da colonização, isto é, o impacto que as violentas ações dos colonizadores gerou nas suas vidas.
As consequências dessas violências foram a extinção de muitos povos, a diminuição no número de pessoas, a perda de suas terras, o desrespeito e a desvalorização de suas culturas. Infelizmente, essa trágica experiência foi vivida por muitos povos ameríndios.
Como Vivem
Os povos indígenas que vivem no Brasil apresentam semelhanças, mas também são muito diferentes entre si.
Suas festas, jogos e brincadeiras, suas formas de ensinar e aprender, tudo isso pode variar muito. Existem diferentes mitos, rituais, pinturas, objetos, músicas e cantos!
Além disso, os povos indígenas constroem casas de diversos jeitos e moram em regiões com paisagens muito diferentes. A alimentação de cada grupo também varia muito, alguns grupos só comem peixe, outros caçam vários tipos de animais, outros ainda criam gado e galinhas para comer.
Línguas
Antes de qualquer coisa, vamos entender o que é língua e o que é dialeto.A língua e o dialeto são sistemas formados por símbolos – sons, sílabas, palavras, frases etc. – que servem para expressar pensamentos, emoções e desejos. Tanto podem ser usados oralmente quanto por escrito.
A língua é ampla. Pode, por exemplo, pertencer a um país ou até a alguns países. O dialeto é restrito, pertence a um local ou a um grupo determinado dentro de um país.
Uma mesma língua pode ter muitos dialetos. Os falantes de dialetos de uma mesma língua se entendem e se comunicam com facilidade.
Alimentação
Os povos indígenas dedicam grande parte do seu tempo em atividades relacionadas à alimentação. Isso porque é preciso obter ou produzir os alimentos: criar animais, como galinhas e porcos; realizar expedições de caça e de pesca; coletar frutos no mato; preparar a roça e colher seus produtos.
Além de produzir o alimento, também é preciso construir as ferramentas e os utensílios como armadilhas, canoas, cestos, arcos e flechas, zarabatanas, entre outros, necessários para realizar as tarefas.
Para realizar cada uma das atividades, as pessoas devem conhecer muito bem a região onde vivem: quais são as épocas de chuva e de seca; como é o comportamento de cada animal; qual é a época em que os frutos amadurecem; qual é o melhor período para preparar, plantar e colher os produtos da roça etc.
A caça é uma atividade masculina realizada
individual ou coletivamente e pode ser feita nas proximidades da aldeia ou em
lugares mais distantes. Nestas ocasiões, os homens passam dias acampados no
mato.
As armadilhas, arcos, flechas e tudo o que é
importante para garantir uma boa caçada é construído pelos homens no dia a dia.
Para ter sucesso e voltar para casa com muita
comida, é importante conhecer os hábitos dos animais: se são noturnos ou
diurnos; o que gostam de comer; se andam sozinhos ou em bando; como são os
rastros que deixam no chão; onde costumam se esconder; que cheiros têm... Dessa
forma, fica mais fácil encontrá-los, preparar a caçada e fazer armadilhas. Os
cães também podem ajudar a localizar os animais no mato.
O peixe é um alimento importante
para muitas populações indígenas, que conhecem e usam diferentes técnicas de
pesca. As técnicas mais utilizadas pelos diferentes povos são: uso do timbó (um
tipo de cipó) e outras plantas venenosas; a pescaria com anzol e linha; uso de
armadilhas, flechas...
Em algumas comunidades apenas os homens saem para
pescar e muitas vezes ficam dias acampados perto de rios e lagoas. A pescaria
também pode ser feita pelas mulheres, ou ser realizada em família, e assim esse
trabalho vira uma grande diversão!
Brincadeiras
Todo mundo gosta de brincar e jogar. As crianças podem passar o dia inteiro brincando e inventando atividades para se divertir. Mas os adultos também gostam de diversão e, sempre que podem, se juntam para jogar. Existem muitos jeitos de brincar, mas o objetivo é sempre desfrutar o momento e a companhia dos amigos. Além disso, os jogos ajudam a desenvolver habilidades que serão importantes ao longo da vida. Brincar é também uma maneira de aprender!Os índios possuem muitos jogos e brincadeiras. Alguns são bastante conhecidos por vários povos indígenas e outros também são comuns entre os não índios, como a peteca e a perna de pau. Já outros são curiosos e originais. Existem brincadeiras que só as crianças jogam, outras que os adultos jogam junto e assim ensinam as melhores técnicas para quem quiser virar um craque! Têm brincadeiras só de menino, outras só de menina. Existem algumas que, antes do jogo começar, é preciso construir o brinquedo! Bom, nesse caso, é necessário ir até a mata, achar o material certo, aprender a fazer o brinquedo e, só então, começar a brincar. Mas isso não é um problema, pois construir o brinquedo também faz parte da brincadeira! Agora conheça brincadeiras e jogos de diferentes povos indígenas!
Casas dos índios
Aprendemos nas escolas, na televisão e em alguns livros, que os índios vivem em casas chamadas de ocas que, juntas formam aldeias, normalmente em formato de círculo. Isso não está incorreto, mas existem vários outros tipos de habitações indígenas que você vai conhecer aqui!
Entre os grupos indígenas há muitas formas de conceber e construir as casas, pois cada grupo tem um jeito diferente de pensar e de se relacionar com o ambiente onde vive. A casa é sempre parte da cultura de um povo.
A maneira como ela é usada, dividida e construída reflete o jeito que os moradores têm de organizar o mundo. Além disso, as construções variam muito de acordo com o modo de vida, o clima, o tipo de ambiente e os materiais de que os grupos dispõem para a construção.
Jeitos de aprender
Ao longo de toda vida as pessoas passam por muitos aprendizados. Aprende-se dos mais diferentes jeitos e em vários momentos. O que se aprende e com quem se aprende também é muito diverso em cada lugar.
As crianças indígenas, por exemplo, aprendem muita coisa com seus pais e parentes mais próximos, como os irmãos e os avós. Os conhecimentos podem ser transmitidos durante as atividades do dia a dia ou em momentos especiais, durante os rituais e as festas.
É principalmente na relação com seus parentes que as crianças aprendem. Caminham junto com eles, observam atentamente aquilo que os mais velhos estão fazendo ou dizendo; acompanham seus pais até a roça; vão pescar com os adultos e brincam muito! Cada brincadeira é um jeito de aprender uma habilidade que será importante no futuro, como saber caçar, pescar, fazer pinturas no corpo, fabricar arcos e flechas, potes, cestos... É por meio destes processos de aprendizagem que as crianças aprimoram as técnicas necessárias para realizar tais atividades.
Na convivência com os mais velhos, aprende-se o jeito certo de se comportar e de se relacionar com todos da família e do grupo. Dessa forma as crianças aprendem, por exemplo, quem são as pessoas que devem ser tratadas como irmãos e irmãs, como tios e tias, com quem poderão se casar no futuro... Dessa maneira vão entendendo qual a sua importância na comunidade.
Pouco a pouco, as crianças aprendem os modos de agir, os princípios e tudo aquilo que é importante para que se tornem pessoas produtivas e participativas. Para isso é muito importante estarem sempre atentas aos trabalhos diários e ao aprendizado e transmissão de conhecimentos.
Os povos indígenas, assim como
outras sociedades, também transmitem seus conhecimentos e experiências por meio
de mitos. Por serem populações que, até pouco tempo, não registravam seus
saberes na forma de textos escritos, o principal jeito de transmitir
conhecimentos era — e ainda é — por meio da fala.É importante dizer que, além dos
mitos, existem outras formas de expressão oral, como os cantos, diálogos
cerimoniais e outros tipos de discurso...
Por que, muitas vezes, é difícil
compreender os mitos?
Aprendemos que os mitos trazem as reflexões de um
povo sobre vários temas. Porém, quando não conhecemos bem esse povo, seus
valores e sua cultura, muitos detalhes presentes nas histórias são mal
compreendidos. Para decifrar os mitos, é preciso estudar, conhecer as formas de
viver e pensar do povo que os criou. Só assim podemos conhecer a fundo a
riqueza de suas significações.
É assim também com os mitos indígenas?Sim,
pois geralmente se sabe muito pouco ou quase nada sobre os diferentes povos
indígenas e assim fica muito difícil de compreender suas histórias. Cada vez
mais percebemos que há muito o que aprender sobre eles!
Quem faz o quê?
É bastante comum, entre os povos indígenas, uma divisão das tarefas entre homem e mulher. Isto significa que existem atividades que são feitas somente pelas mulheres e outras, somente pelos homens.Mesmo que esta divisão não seja igual em todos os povos, as tarefas relacionadas ao preparo dos alimentos, ao cuidado com as crianças e algumas atividades na roça são, geralmente, de responsabilidade das mulheres. Já os homens são responsáveis pela derrubada do mato para a criação da roça, pelas atividades de caça, de guerra, entre outras.
É importante dizer que as atividades feitas por cada um dos gêneros (feminino ou masculino) se completam, pois juntas garantem a qualidade de vida de toda a comunidade.
Você já imaginou o que seria da refeição de uma família sem o trabalho realizado pelos homens que saíram para caçar ou pescar? E como esta seria sem o trabalho das mulheres que prepararam toda comida?
Juntos, homens e mulheres, são responsáveis pela produção dos alimentos, das redes, dos bancos, das casas, das canoas, das ferramentas utilizadas no dia a dia, como vasos de cerâmica, cestos, flechas, arcos etc. Vemos assim que o trabalho de cada membro do grupo é fundamental para toda comunidade.
As crianças aprendem desde cedo as tarefas do dia a dia, e é muito comum ver uma menina ajudando sua mãe ou um menino acompanhando seu pai em seus afazeres. Elas costumam construir objetos iguais aos dos adultos, mas em miniatura.
Assim, brincando de imitar os mais velhos, meninos e meninas aprendem as atividades que mais tarde irão desempenhar com perfeição.
Referência: http://pibmirim.socioambiental.org
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